FIM do Fator Previdenciário
O fim do fator previdenciário, mecanismo criado em 1999 para inibir as
aposentadorias só por tempo de contribuição, pode favorecer os
trabalhadores que pretendem se aposentar mais jovens, antes da idade
mínima de 60 anos para mulheres e 65 para homens, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Direito Previdênciário (IBDP).
A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (4) uma proposta que acaba com o fator.
Na prática, o mecanismo reduz o valor dos benefícios de quem se
aposenta cedo. Se o mecanismo efetivamente for derrubado, o trabalhador
que atingir o tempo mínimo de contribuição terá direito a aposentadoria
integral. Atualmente, a lei autoriza que os trabalhadores peçam
aposentadoria proporcional a partir dos 53 anos e 30 de contribuição
para o homem; já as mulheres, podem pedir a partir dos 48 anos e 25 de
contribuição.
A proposta ainda precisa ser votada no Senado e depois será avaliada
pelo presidente da República, que pode vetar total ou parcialmente ou
sancionar. Se aprovada a proposta, o fator previdenciário ficará extinto
a partir de 1º de janeiro de 2011.
O cidadão pode consultar o fator previdenciário de acordo com sua idade e tempo de contribuição em tabela fornecida pela Previdência.
Hoje, o fator previdenciário para alguém de 50 anos que se aposenta com
30 anos de contribuição, por exemplo, é de 0,513 – o que significa que o
cidadão recebe, com o fator, pouco mais da metade do que receberia caso
o fator não fosse aplicado.
No caso das aposentadorias por idade, a aplicação do fator é opcional,
ou seja, ele só é usado se aumentar o valor do benefício do cidadão.
Movimento sindical quer fim do fator previdenciário
O que
aconteceu e continua a acontecer, é que a aplicação do fator chega a
reduzir em até 40% o valor da aposentadoria do trabalhador. No caso da
mulher o redutor é maior.
21/06/2010
21/06/2010
Líderes
das principais centrais sindicais do país estão articulando para a
próxima semana uma reunião, em São Paulo, com o objetivo de formular
uma proposta unificada em favor da eliminação do fator previdenciário.
O entendimento dos sindicalistas é de que o Governo terá que negociar
uma regra alternativa para manter o veto do presidente Lula à proposta
do Congresso que extinguia o fator previdenciário.
A
fórmula foi criada em 1999, no primeiro ano do segundo mandato do
presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, para inibir aposentadorias
precoces e, assim, controlar gastos na Previdência Social.
O
que aconteceu e continua acontecendo, de fato, é que a aplicação do
fator previdenciário chega a reduzir em 40% o valor da aposentadoria do
trabalhador. É por isso que a Central Única dos Trabalhadores (CUT)
classifica o fator como "mecanismo perverso".
Se as centrais produzirem a proposta unificada, seu passo será sugerir ao Governo a criação de uma comissão que reúna, além das duas partes, aposentados e empresários.
Se as centrais produzirem a proposta unificada, seu passo será sugerir ao Governo a criação de uma comissão que reúna, além das duas partes, aposentados e empresários.
No
encontro da próxima semana, os dirigentes sindicais devem se deter mais
uma vez na análise da fórmula 80/90. Esse modelo garante aposentadoria
integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição for igual a
80, para mulher, e 90, para homem. Em agosto do ano passado, as
centrais e o Governo chegaram a acordar a instituição dessa fórmula com
outros números - 85/95 - e o deputado Pepe Vargas (PT/RS) a incluiu num
projeto de lei.
Para
o deputado Paulinho da Força (PDT/SP), "a 80/90 pode não ser a ideal,
mas é uma solução melhor do que a 85/95 e melhor também do que o
próprio fator previdenciário".
Alta da Selic supera em 19 vezes os 7,7%
De acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida, as duas últimas reuniões do Copom aumentaram a taxa básica de juros em 1,5%, gerando aumento anual nos gastos com juros da dívida em R$ 30 bilhões, "valor 19 vezes superior ao alegado custo do reajuste de 7,7% para os aposentados".
De acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida, as duas últimas reuniões do Copom aumentaram a taxa básica de juros em 1,5%, gerando aumento anual nos gastos com juros da dívida em R$ 30 bilhões, "valor 19 vezes superior ao alegado custo do reajuste de 7,7% para os aposentados".
A
Auditoria pondera que, na Europa, "os rentistas também estão acima dos
trabalhadores e aposentados" e cita como o Governo espanhol, que baixou
decreto alterando as leis trabalhistas, enquanto a França anunciou a
proposta de aumentar de 60 para 62 anos a idade mínima para a
aposentadoria, "para tentar conquistar a confiança dos investidores".
Ainda segundo a Auditoria Cidadã da Dívida,
os cortes de gastos sociais por parte de vários outros países da Europa
têm a função de convencer os eleitores franceses de que tais reformas
realmente seriam necessárias.
"Enquanto
isso, no Brasil, Os lucros das estatais (repassados a seu maior
acionista, ou seja, o Governo federal) chegaram a R$ 26 bilhões em
2009. E são destinados ao pagamento da dívida pública, conforme o
artigo 1º da Lei 9.530/97. Esses R$ 26 bilhões representam 16 vezes o
custo alegado pelo Governo para o reajuste de 7,7% dos aposentados. Mas
o Governo insiste em deixar intocável o gasto financeiro, e diz que
precisa cortar outros gastos sociais para garantir o reajuste". (Fonte:
Vermelho, com Brasília Confidencial e Monitor Mercantil)
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