NÃO ao Trabalho infantil

O 12 de junho marca o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil. Durante este mês diversas mobilizações estarão sendo realizadas para lembrar a data.

Campanha Contra Trabalho Infantil

O Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou no domingo (6) a campanha “Cartão Vermelho para o Trabalho Infantil”, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Federação Internacional de Futebol, a FIFA. O objetivo é chamar a atenção de autoridades e sociedade civil para a importância da implementação de políticas públicas e de investimentos do governo para erradicar o problema. A campanha dá início à Semana de Erradicação do Trabalho Infantil, que acaba no próximo dia 12, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

O pontapé inicial da campanha foi domingo, no estádio da Vila Belmiro, onde os jogadores do Santos Futebol Clube entraram em campo vestindo a camiseta da campanha e segurando uma faixa com os dizeres “Educação e esporte: uma jogada inteligente para vencer o trabalho infantil”. O juiz da partida ergueu, simbolicamente, um cartão vermelho “expulsando” o trabalho infantil, antes do início da partida. Os torcedores receberam na entrada do estádio o “cartão vermelho”, símbolo da campanha.

No interior de São Paulo, o evento de lançamento oficial aconteceu no colégio estadual Culto à Ciência, em Campinas, na segunda-feira (7), às 10h, com a participação do procurador do Trabalho e representante da Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil (Coordinfância) no interior de São Paulo, Bernardo Leôncio Moura Coelho. Ele fez uma palestra para cerca de 600 crianças, diretores de escola e pais de alunos em situação de risco.

Em Araçatuba, Araraquara, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba a campanha esta sendo veiculada em rádios e por meio de material publicitário.
O garoto propaganda da campanha é o atacante Robinho, estrela da seleção brasileira de futebol, que cedeu o direito de imagem para a campanha sem cobrança de cachê. As peças da campanha podem ser utilizadas gratuitamente e os interessados devem fazer o download no site http://www.oit.org.br/cartaovermelho.

Números do Trabalho Infantil


Segundo o Ministério Público do Trabalho, o interior de São Paulo apresenta números preocupantes em relação ao trabalho infantil. Em 2008, houve a instauração de 207 procedimentos para investigar empresas suspeitas de contratar mão de obra de crianças e adolescentes, número que cresceu para 261 em 2009.

Segundo o último estudo realizado pelo IBGE, 4,8 milhões de brasileiros entre 5 e 17 anos estavam trabalhando em 2007. Mas, segundo a pesquisa, houve redução no trabalho infantil no país. A proporção de crianças e adolescentes que trabalhavam caiu de 11,5%, em 2006, para 10,8% em 2007.

O estudo diz que o trabalho infantil tem reflexo negativo nas taxas de frequência escolar. No grupo de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que trabalham, a taxa de escolaridade caiu de 81%, em 2006, para 80% em 2007, enquanto que entre os que não trabalham passou de 93,5% para 94%. A menor taxa de escolarização de crianças e jovens trabalhadores, em 2007, foi verificada na região Norte (76,6%), seguida pela Sudeste (78,1%).

No Brasil, quase metade das crianças e adolescentes ocupados trabalham sem remuneração, principalmente no trabalho rural e doméstico. Só 3% das crianças de 5 a 11 anos que trabalham chegam ao ensino médio.